terça-feira, 7 de maio de 2013

James Patterson - Private Agência Internacional de Investigação [Opinião]


Sinopse: Jack Morgan, antigo fuzileiro naval e agente da CIA, herdou do seu pai a Private, uma reputada agência internacional de investigação e segurança e, com ela uma carga de trabalhos que pode levá-lo ao ponto de rutura. Os segredos dos homens e mulheres mais poderosos chegam diariamente a Jack e aos seus agentes, que usam técnicas forenses de ponta para resolver os seus casos.
Como se não lhe bastasse ter de apurar a verdade sobre um escândalo de jogo ilegal na liga de futebol americano e tentar resolver um inquérito criminal sobre as mortes selváticas de 18 raparigas, Jack ainda vai ter de desvendar o tenebroso assassínio da mulher do seu melhor amigo — e sua antiga amante.

Opinião: Gosto muito das obras de James Patterson e quando tive conhecimento que a TopSeller iria dar início a mais uma saga, fiquei bastante curiosa. Pois Private é independente das tramas de Alex Cross, também publicado pela editora ou Clube das Investigadoras, que também conhecia.

Private é uma leitura fácil e rápida, através dos seus capítulos pequenos, fórmula já habitual de Patterson. Há sempre muita acção e desenvolvimentos dos casos de investigação da Private. De facto, a trama divide-se entre a componente pessoal das personagens, debruçando-se maioritariamente sobre Jack e os casos actuais da Private, que são três: corrupção no seio do mundo futebolístico, assassínios consecutivos de jovens estudantes e o homicídio de Shelby, ex amante de Jack, actualmente casada com um dos seus melhores amigos.

Bem, posso já começar a falar de Jack. O "director" da Private é ex fuzileiro e como já seria esperado, com alguns fantasmas do passado, algo desenvolvidos neste primeiro volume. No entanto, é dado um grande ênfase na sociedade, no glamour e mundo do estrelato do cinema norte americano, acabando por ser factores que influenciam a personagem principal. Algumas ex-amantes no reportório, relações actuais com fundamentos físicos sem grandes questões sobre exclusividade... nota-se que há uma mão feminina na escrita das cenas a dois, o que concluo que deverá ter sido a influência de Maxine Paetro.

Devo confessar que gosto mais da personagem Alex Cross do que propriamente este Jack Morgan. Claro que este factor é uma questão pessoal. A personagem Cross, que considero mais sombria do que Morgan em conjunção com o cenário mais macabro de serial killer de Alex Cross, elevaram em demasia a fasquia do autor. Cross está isento (pelo menos do que li) de relações com outras mulheres tal é o luto pela esposa assassinada. Por sua vez, Jack não se coíbe nos seus envolvimentos, outrora Shelby, depois Colleen e Justine. Note-se que não tenho nada contra amor na literatura policial, apenas gostei da alma solitária de Cross, sendo Morgan um registo oposto.

Este Private, denotei ser mais contido nas descrições dos homicídios com um grande pano de fundo sobre o Jet Set americano e ligações à máfia. Não deixando de, tal como Patterson nos habituou, tratar um enredo algo complexo, devido à multiplicidade dos casos em mãos da agência.

Alex Cross trabalhava maioritariamente sozinho mas Private é constituída por um grupo de pessoas que trabalham para o mesmo fim. Acaba por ser interessante a heterogeneidade da equipa: cada um tem o seu papel e a combinação de todos fazem com que os casos da Private sejam bem sucedidos. De certa forma, fez-me lembrar a série CSI, em que havia o lab geek, o génio da informática e os que trabalhavam em campo, por vezes optando por métodos menos ortodoxos mas igualmente funcionais.

Penso que foi uma boa aposta da TopSeller em ter publicado o primeiro volume de Private. Apesar de, em género de comparação, ter preferido Alex Cross, gostei de ter conhecido Jack Morgan e a sua equipa, ficando na expectativa com os próximos volumes da saga, até porque foi muito fugaz a ida de Jeanette Colton à Private. Fiquei mesmo curiosa... o que virá a seguir?


Sem comentários:

Enviar um comentário