sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ken Follett - O Voo das Águias [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Sou grande fã do autor Ken Follett e quando tive conhecimento da republicação de O Voo das Águias (sei que o livro tinha sido publicado há uns largos anos e dividido em duas partes pela Círculo de Leitores), comecei a contar os dias para começar a sua leitura. Grandes expectativas que antecederam o momento da leitura que foram largamente ultrapassadas, como qualquer livro do autor. 

Baseado numa história verídica, os eventos retratados neste livro ocorreram em 1979 durante a revolução iraniana para instaurar a lei islâmica. Conhecia esta revolução mas desconhecia em particular este episódio narrado na obra. Ainda não tinha nascido neste ano mas fiquei estupefacta por não ter visto nada nem na TV nem na internet sobre o verdadeiro caso de coragem aqui retratado. Terá estado na berra nos anos 80 e entretanto caiu numa pária? Soube posteriormente que foi realizada uma mini série baseada no caso, datada de 1986. Dado o ano, não me parece que venha a ser transmitida pela televisão.

Falando do livro, os meus caros leitores sabem a razão número um pela qual adoro as obras de Follett. Falo, claro, das personagens. Como é hábito do autor, são retratadas diversas personagens que criam uma empatia quase inexplicável com o leitor dado o seu desenvolvimento. A versão da Editorial Presença enumera-as logo na primeira página (de acordo com o local onde desempenham o seu papel), facilitando o papel de retenção das inúmeras personagens.

Neste caso em particular, foi estimulante saber que O Voo das Águias foi baseado num caso verídico e como tal mantém o realismo sobre a sociedade iraniana dos anos 70 no seu regime ditatorial do Xá originando alguns tumultos por parte dos muçulmanos xiitas e dos defensores da democracia. Desta forma, a história acaba por ser muito mais do que uma operação de resgate, sendo uma fonte fiável da história do Irão.
O autor refere logo nas páginas iniciais que foi contactado por Ross Perot, o presidente da EDS e terá escrito a presente obra com base no seu testemunho. Daí que se esperava algo pouco fictício. E de facto, Follett conta a história cingindo-se aos eventos tal como se um documentário se tratasse. Apenas empreende mais tempo na descrição dos intervenientes. Claro que em particular, achei Ross Perot um homem íntegro, com uma especial atenção para com os seus colaboradores.
No entanto e agora que reflicto nisto, levanta-se uma questão que acho pertinente: sempre ouvi dizer que uma história tem dois lados e esta que acabei de ler, é justamente a versão de Perot. Será essa uma versão tendenciosa? 
A Editorial Presença incluiu, sensivelmente a meio do livro, algumas fotos apresentando os intervenientes da história, facto que achei bastante interessante e contribuiu para o realismo da história.

A trama é toda ela muito cativante e envolvente. Sobre as circunstâncias que levam à detenção dos funcionários, são passagens de cariz revoltante. Falo por mim, que apesar da dificuldade em libertá-los do país, só os queria ver fora das grades! Dotada de acção intercalada com o fascinante desenvolvimento das personagens só como Follett o sabe fazer, a obra é extensível a todos os gostos não se cingindo aos ávidos do thriller. É uma emocionante história de vida que abarca temas fidedignos como a história do Irão e suas caracterizações socio-políticas de forma pouco fastidiosa e que dará que pensar agora passados quase 35 anos. E o melhor? Escrita pelo melhor contador de histórias, Ken Follet. Recomendo!

Para mais informações sobre a Editorial Presença, clique aqui.
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