sábado, 10 de janeiro de 2015

Patrícia Silva - Rose [Opinião]


Sinopse: A primeira coisa em que Ian repara é numa das janelas que se situam na parede oposta à porta. Está partida. A janela em si está pendurada pelas dobradiças e o chão por debaixo dela está repleto de pedaços cortantes de vidro.
Só depois é que repara naquilo. Ian dá um passo para trás e fica a olhar horrorizado para o chão à sua frente.
O tapete que ocupava o espaço entre a secretária e as estantes está encostado a estas, dobrado à sorte, como se tivesse sido afastado por um pé. No espaço onde estaria o tapete estão pétalas de rosa. Imensas pétalas de rosa, vermelhas e brilhantes, semelhantes a sangue fresco. Estas não tinham sido simplesmente atiradas ao chão. Formam uma mensagem:"Vais morrer".

Opinião: Antes de mais, gostaria de agradecer à autora pelo envio desta obra. Não a conhecia mas fiquei rendida com a história que nos apresenta e não só, com apenas 19 anos, a autora revela uma grande maturidade na escrita, o que é de louvar.

A narrativa tem como cenário principal um manicómio, como nos é apresentado. Pessoalmente, não gosto desta designação para um hospital de saúde mental mas creio que o termo foi assim apresentado a fim de enfatizar um clima sombrio que rapidamente se instala. Durante a leitura, senti-me constantemente tensa e bastante intrigada.

Como a sinopse não é explícita, posso falar-vos um pouco sobre a história e tentar aliciar-vos. A trama centra-se sobre um psiquiatra, Ian, que começa a trabalhar num hospital. Ele assume o tratamento de uma jovem de 19 anos, Rose, com comportamento deprimente e suicida, não tendo sido adiantado nenhum diagnóstico à mesma. Apenas se sabe que a personagem está internada desde a morte dos seus pais resultante de um fogo posto. Ian é então alvo de muitas ameaças e acontecimentos estranhos começam a acontecer em seu redor.

Um dos aspectos que, a par do cenário, me conquistou foi a formulação das personagens. Ian começa por ser uma personagem superficial mas que se empenha a fundo no tratamento de Rose, tratamento esse que consiste em alguns interrogatórios que, paulatinamente, vão aprofundando a psique da jovem.
Aos poucos, o leitor vai conhecendo o lado mais pessoal do psiquiatra, concluindo que o mesmo tem alguns esqueletos no armário, embora bem escondidos a fim de não interferir com a sua actividade profissional. Já Rose é a caracterização bastante credível de uma pessoa perturbada. De facto, inicialmente, é-nos omitido a razão pela qual ela se encontra encarcerada, fazendo-nos crer que a mesma está implicada no acidente que vitimou os seus pais.
Não foram detalhados os outros pacientes do hospital, com alguma pena minha, pois gostaria de ter visto mais desenvolvidos alguns aspectos alusivos aos restantes utentes do hospital e em particular, àquele que é conhecido por o Fantasma.

Tenho uma crítica a fazer em relação à obra. Durante a sua leitura, encontrei uma série de gaffes, falta de vírgulas, acentos mal colocados e algumas palavras com erros ortográficos, o que me apraz dizer que a obra terá tido uma revisão pouco minuciosa.

Ainda assim, e fazendo o balanço geral do livro, foi uma leitura bastante sombria que me deu imenso prazer. Bastante intrigante, manteve-me na expectativa até ao final. É um livro pouco conhecido mas que merece a atenção do público português.

Para mais informações sobre o livro, clique aqui

2 comentários:

  1. Que bom que há cada vez mais autores portugueses deste género!
    Quanto às gaffes, isso acontece muito nas editoras mais pequenas. Ainda, no outro dia, eu li um livro que era uma tradução e continha também, além dos erros ortográficos e de pontuação, problemas de sintaxe. Mas como o tema me interessava, acabei por o ler na totalidade.

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  2. Olá!

    É pena quando a revisão do livro falha!
    Mas ainda bem que a leitura foi interessante!
    Gostei da história.

    Beijinhos e boas leituras!

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