domingo, 17 de maio de 2015

Nuno Nepomuceno - A Espia do Oriente [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Li O Espião Português em 2013 e desde então que fiquei curiosa com a continuação da história pessoal do André Marques-Smith, o espião protagonista da trilogia Freelancer. Dois anos volvidos e eis finalmente a publicação do (bastante) aguardado segundo livro da trilogia, de seu nome A Espia do Oriente.

Diria que o leitor fica irremediavelmente preso ao livro logo a partir do prólogo. Bastou-me ler as primeiras páginas para ficar expectante com o que aí viria.
A leitura prosseguiu numa semana (embora garanto que teria lido o livro num ápice caso tivesse oportunidade) caracterizando-se por um ritmo alucinante, repleto de acção (querendo-me parecer que semelhante a um guião de um filme de Hollywood), entrelaçando novamente com os aspectos do foro pessoal de uma personagem que tanta empatia transmite com o leitor, o André.
Embora espião, este não é um 007 em ascensão, pelo contrário, é até bastante contido no campo da sedução. André parece um de nós, com tensões familiares e complicações no trabalho. Dedicado ao animal de estimação, acaba por protagonizar umas situações engraçadas com o pequeno Kimi.

No entanto, o protagonismo em A Espia do Oriente é disputado pelo agente e pela enigmática China Girl cuja aparição foi bastante fugaz no livro antecessor. O autor desmistifica esta personagem, e caracteriza-a quase tão profundamente quanto o André, embora ressalve sempre uma faceta mais misteriosa e transmitindo ao leitor alguma incerteza no que concerne aos seus objectivos.

A par da história e das personagens, realço como ponto positivo as inúmeras viagens que fiz, embora sem sair do sofá. A acção reparte-se por locais como o Dubai, Londres, Budapeste e a nossa cidade de Lisboa, cujas descrições são tão apaixonantes quanto a própria narrativa.
Não obstante e na minha opinião, o maior impacto relaciona-se com o final, tendo ficado completamente estarrecida! Acreditem que começaria a ler imediatamente o terceiro volume caso o tivesse à mão e acredito veementemente que esta sensação será consensual por parte de todos os leitores que enveredem por esta obra.

Embora não seja fã de tramas de Espionagem, gostei de O Espião Português mas garanto-vos que A Espia do Oriente teve um impacto ainda maior. Denotei uma evolução por parte do autor na forma como encadeou a acção e na construção da trama num crescendo de revelações e emoções fortes, percepção ainda mais palpável comparativamente ao livro antecessor.

Notei ainda que o autor deu o número mínimo de elementos necessários sobre a personagem de André Marques Smith, no entanto, creio que a leitura será mais proveitosa caso se leia o primeiro livro anteriormente. (este foi reeditado pela Topbooks, em Fevereiro)

Em suma, um segundo volume que, pelas razões que acabei de enumerar, creio superar a obra antecessora. Aguardo com muita expectativa a conclusão desta trilogia!

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