quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Especial MOTELx 2015: Turbo Kid [Opinião Cinematográfica]


Sinopse: Nas ruínas de um futuro pós-apocalíptico imaginado de 1997, um adolescente órfão chamado “the kid” dedica o seu tempo à procura de relíquias nos escombros. Um dia encontra uma rapariga misteriosa. Mas enquanto se conhecem, ela é raptada pelo tirano Zeus, também responsável pela morte dos pais de “The Kid”. Destruir Zeus para vingar a morte dos seus pais e salvar a rapariga dos seus sonhos torna-se a sua missão. Produzido por Jason Eisener («Hobo with a Shotgun») e Ant Timpson, «Turbo Kid» – baseado num segmento concorrente a «ABCs of Death», produzido por Timpson –, estreou este ano em Sundance e a sua sensibilidade romântica gore fê-lo ganhar o prémio do público no SXSW Film Festival.

Opinião: O ano é 1997 mas o mundo é completamente diferente daquele que nós conhecemos. Uma distopia sob a forma de uma realidade alternativa é o cenário de Turbo Kid, um dos filmes do cartaz do MOTELx deste ano
Este filme chamou-me a atenção depois de ter visto que estava na ementa dos mais fortes. Mesmo assim, não considero que este filme se categorize como terror ainda que haja uma abundância de cenas gore. Portanto, um filme que agradará os mais destemidos que não se importem de ver alguns litros de sangue e umas tripas. Se tivesse que categorizar este filme, diria que era o meio termo entre o sci fi e o género de acção.

Turbo Kid é também um revivalismo dos anos 80 e foi para mim prazeroso ver de novo cassetes e walkmans, cubos de Rubik e view masters, objectos que me parecem obsoletos nos dias de hoje. No entanto, os telespectadores que viveram as suas infâncias nos 80s, como foi o meu caso, ficarão decerto rendidos. 
Até as brincadeiras entre os protagonistas do filme, o miúdo (cujo nome se desconhece em todo o filme) e Apple, uma estranha rapariga com quem trava amizade, me pareceram algo desactualizadas. Simplesmente, nos dias de hoje, as crianças não brincam às escondidas nem à apanhada.

Não posso deixar de reflectir que Turbo Kid é uma chamada de atenção para a consciência ambiental. A água é um bem racionado e extremamente raro, sendo extraída de processos pouco éticos. Terá havido uma catástrofe que condicionou não só a falta deste recurso, como terá mudado a paisagem (abundantemente baldia), o clima e, indirectamente, a relação entre as pessoas.

Sendo um filme canadiano, confesso que não conhecia nenhum actor, com excepção de Michael Ironside que veste a personagem do vilão. Devo também dizer que a reviravolta do filme relaciona-se precisamente esta personagem, Zeus.

Este filme oferece 93 minutos repletos de acção, sem momentos mortos. Por momentos, fez-me recordar dos filmes A Boneca Mecânica com Melanie Griffith e Mad Max com Mel Gibson. Ahhh, sem esquecer da série que vi em miúda, os Turbo Rangers.

Em suma, Turbo Kid é, indubitavelmente, um filme diferente dos que tenho visto nos últimos tempos devido à combinação vencedora entre uma realidade alternativa que parece ter ficado retida nos anos 80. Uma boa aposta para o festival que se aproxima a passos largos, portanto.

Sessões MOTELx
Dia 09/09 - 16h30
Dia 11/09 - 00h15

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