segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Rebecca James - Doce Tortura [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: Antes de mais, gostaria de endereçar os meus agradecimentos à editora Suma de Letras que fez chegar este livro cá a casa sem que eu estivesse à espera. Após uma rápida avaliação da sinopse, fiquei com a sensação que este livro estaria relacionado com assombrações, pelo que estava algo céptica em iniciar a sua leitura. Como me enganei... fiquei agradavelmente surpreendida com este thriller psicológico, um subgénero que me agrada tão ou mais ainda que o policial.

Doce Tortura é o segundo livro da autora Rebecca James que já tinha um livro publicado por terras lusas intitulado Não Há Bela Sem Senão e que já adquiri para ler em breve.

A história debruça-se sobre Tim, um rapaz australiano que foi forçado a sair da casa de Lilla, a sua ex-namorada. Encontra um quarto com uma renda convidativa tendo como contrapartida, coabitar a casa com Anna, uma jovem muito estranha. 
O comportamento desta personagem é, a meu ver, o elemento mais intrigante em toda a trama: ela sofre de agorafobia e é pouco social. 
Portanto, durante todo o livro, teci algumas possibilidades para o que pudesse ter acontecido e confesso que fui apanhada de surpresa.

Devido às fobias de Anna, a trama assume contornos psicológicos bastante intensos. No final do livro senti-me genuinamente angustiada. Creio que a autora foi exímia ao transmitir o quão longe vai a maldade das pessoas, facto que vai muito além da ficção.
Ainda sendo um livro que trata de temas fortes, a acção é tão fluída e intrigante que li Doce Tortura em apenas dois dias.

A narrativa alterna entre os pontos de vista de Tim e os de Anna, ainda que estes sejam mais sintetizados, permitindo ter acesso aos pensamentos mais íntimos de Tim. No entanto, a personagem de Anna é mais reservada, e o seu passado é desvendado gradualmente, contribuindo para uma rapidez no folhear das páginas.

A par da acção, diria que a caracterização das personagens é o outro ponto forte do livro. Fez-me duvidar de todas (com excepção do protagonista) sem perceber, em primeira análise, a identidade do vilão da trama. E neste prisma, creio que a trama consegue ludibriar o leitor, levando-o a julgar situações inadvertidamente. O efeito surpresa no final é fantástico.

Pelos motivos anteriormente explanados devo dizer que gostei muito deste livro. É, indubitavelmente, um thriller psicológico muito bem conseguido, dissecando com mestria o tema das relações obsessivas, a depressão e o luto. Em contrapartida é também um boost de energia positiva.
Recomendo!



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