quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A Rapariga no Comboio [Opinião Cinematográfica]


Ontem foi dia de antestreia. Eu e o meu marido fomos ver A Rapariga no Comboio, filme baseado no livro homónimo de Paula Hawkins. Eu já lera o livro aquando o seu lançamento (poderão ler a minha opinião da obra aqui), contudo o Ricardo ia em branco, resultando em duas opiniões contrastantes. Vou explicar, sobretudo, os meus pontos de vista. 

Quem leu a obra, sabe que a mesma é escrita sob três POV, nomeadamente Rachel, Anna e Megan e que a acção se desenrola em diferentes momentos cronológicos. A primeira parte do filme manteve esta estrutura, identificando devidamente os POV, aludindo aos diferentes flashbacks da história. Verifiquei que, posteriormente, esta metodologia é abandonada e a história é contada de forma mais fluída. Desconheço se o realizador manteve esta fórmula do livro, numa fase inicial, para identificar imediatamente as personagens ou se era para manter esta estrutura tão particular da obra. Se a intenção do realizador era esta última, então, na minha opinião, não faz sentido uma vez que os POV só surgem na parte inicial do filme ao passo que no livro, os aludidos POV estão presentes do início ao fim.

Considero que o filme é bastante fiel ao livro. Apenas não me recordava se a personagem Martha era fulcral para que Rachel juntasse as peças do puzzle. 
Não obstante, valorizo que tenham mantido a essência da história bem como das personagens. Creio que são estas o elemento diferenciador (e talvez perturbador) da obra.

Vi algures na internet, fãs que condenavam o papel de Emily Blunt como Rachel. Sou-vos sincera, não conheço bem a filmografia da actriz britânica, mas ela respondeu às minhas expectativas como a Rachel que eu idealizara: uma mulher triste e desesperada, consequências da sua relação com o álcool. Desconhecia as outras actrizes do elenco mas creio que tanto a intérprete de Megan como a de Anna, estiveram à altura do desafio.

As quase duas horas do filme passaram a voar.  No que concerne à primeira parte na qual houve uma metodologia diferente, confesso que estranhei um pouco a forma como o filme se iniciou. Posteriormente, creio que a história flui de uma forma muito mais natural. Congratulo as actuações, com especial ênfase a de Rachel que é uma personagem bastante disfuncional e requer uma dose esmagadora de dramatismo de forma a passar para o espectador aquela carga tão negativa que é atribuída à personagem no decorrer da trama do livro. 

Em suma, considerei o filme interessante, especialmente o último terço do mesmo, no qual se desenrolam os momentos finais de grande tensão até ao clímax. Faz jus ao livro. Gostei! 

1 comentário:

  1. Fui ontem ao cinema ver o filme e a minha opinião é como a tua. Gostei bastante da actriz escolhida e considerei que a adaptação fez jus ao livro! :)

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